sexta-feira, 5 de julho de 2024

Informação ultraprocessada

 Estava lendo o blog do Carl Newport e vi que ele trata o conteúdo da internet que chega até nós como "ultraprocessados", o mesmo termo usado na comida junk food. Esse conceito de informação ultraprocessada está sendo usado pra definir como as big techs definem o jeito que as informações devem chegar até nós, de uma forma bem reduzida e trabalhada para que vejamos somente aquilo definido pela bolha algorítmica. 

Ou seja, a informação é escolhida e processada, chegando até você é o que o algoritmo quer que você veja, e não propriamente dito o que você quer. A comida ultraprocessada não substitui a comida de verdade, mas ela é conveniente. É rápida, simples e gostosa, porém, nosso corpo não tem grandes capacidades de lidar com ela, tal como nosso cérebro não tem muita aptidão pra lidar com tanta informação. Acaba no mais absoluto esgotamento.

Temos acesso hoje a uma grande quantidade de informação, nem sempre com qualidade. O linguajar falado pela internet parece sempre igual, você procura tudo sobre um determinado assunto e, se você usar o buscador do google, ele não vai te oferecer nada além de coisas muito obvias, colocando em ordem primeiro alguns sites que pagam pra ter relevância na pesquisa.

Um dia ainda escreverei sobre a dopamina. Eu fico muito revoltada que todas as vezes que procurei saber sobre vício em redes sociais através do youtube, achei curioso que todos os canais falavam sempre de dopamina. Deu até desânimo. Basicamente aqueles engravatados do Vale do Silício criam todos os problemas causados pelas redes sociais e nos vendem a informação de que esse mesmo problema não é por conta de uma série de fatores, mas sim porque estamos "viciados em dopamina", o que é um completo absurdo. Mas as informações estão aí, sendo ultraprocessadas e chegam até nós da mesma maneira e de muitas formas.

A pesquisa do instagram te mostra coisas infinitas sobre o mesmo assunto. Se você curtir uma página sobre yoga, o instagram vai te recomendar infinitamente tudo sobre yoga e tornar uma infinidade de coisas relevantes, menos daquela página que você curtiu no início e queria ver. Provavelmente você ficará fechado com as informações ultraprocessadas que eles querem que você veja para te vender algo.

Youtubers postam suas fontes de pesquisa confiando que todos vão ler, mas a maioria sequer abre. Confiam 100% no que o indivíduo está alegando e assim vão formando opiniões que não necessariamente expressam a verdade. E o youtube ainda te cobra por isso. Ou você paga ou ficará vendo publicidade do jogo do tigrinho.

Eu não sei como solucionar isso e talvez nem tenha solução. O que podemos fazer é tentar ler mais e nos esforçar pra procurar informação. Voltar a ler blogs, encontrar vídeos honestos, ler as fontes, relaxar um pouco e parar de pesquisar por tanta informação. Sabemos como essas big techs jogam um jogo sujo por dinheiro e eu parto do princípio de que se você acha que tem alguma coisa errada, então provavelmente tem.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário