domingo, 21 de agosto de 2016

3 soluções milagrosas para a vida - e você tem que ficar longe delas!

Não tenho uma ideia exata de quantas pessoas eu já conheci nessa vida que leram todo tipo de publicação do mercado de auto ajuda procurando soluções mágicas para a vida ou porque simplesmente precisavam de um apoio moral e não tinham ninguém que lhes ajudasse.
Eu mesma já li muitos livros de auto-ajuda a maioria deles para fazer crítica, afinal, quem precisa de auto-ajuda quando se tem filosofia?
É no mínimo curioso esse mercadão da auto ajuda e do empreendedorismo de palco, afinal, eles sabem dizer exatamente o que você quer ouvir, parece um culto religioso...

Normalmente, esses picaretas que prometem fórmulas do sucesso nunca são claros na informação, eles sempre escondem o ouro para você pagar para ter acesso ao segredo deles. Eu separei aqui, três exemplos de sinal alerta, isso vai fugir um pouco da proposta do blog, mas nada custa falar um pouco do que temos engasgado.

1) Os picaretas do inglês em 4 meses


Nem sei se dá problema usar a liberdade de expressão pra demonstrar minha completa descrença com esse tipo de coisa. Se é possível falar um idioma em quatro meses, eu realmente adoraria saber, mas pelo levantamento que fiz e por experiência pessoal, eu creio que isso não é possível, pelo menos para a maioria. Eu nunca li depoimento de pessoas que ficaram fluentes em quatro meses. O método desses caras deve servir pra alguma coisa, mas não creio que seja possível falar um idioma em quatro meses não, nem se você se dedicar muito aos estudos, que é uma coisa que eu acredito que as pessoas que procuram esses métodos não querem fazer. Elas não querem passar anos se dedicando a um idioma e nem estudar pelo menos uma vez por semana, querem soluções mágicas, onde esses caras conseguem lucrar.
Eu fiquei fluente no inglês estudando sozinha, mas eu não tenho nenhuma fórmula mágica. Demorei quatro anos pra finalmente ser capaz de entender tudo que eu leio e ouço, mas se isso serve de consolo, existe um quadro europeu comum de referência para línguas que serve como uma escala de evolução no idioma. Eles falam apenas dos extremos, ou você fala ou você não fala. Isso não é verdade e quem estudou inglês sabe bem.
Eu podia me comunicar com certas dificuldades quando ainda estava no nível básico (A2). Claro que eu precisava fazer um esforço, mas já conseguia ler livros simples como o clássico "A Wrinkle In Time" e entender com certo esforço alguns vídeos. Quando terminei o nível B1, era incrível como a minha mente já tinha mais clareza de tudo e assim eu fui estudando até ser fluente.
A fluência vem com o tempo e não existe milagres. E como estamos na era digital, é mais fácil ainda conseguir aprender inglês, existem aplicativos, vídeos, livros para download a rodo por esse mundo digital que habitamos.
O que parece nesses métodos mágicos de inglês é que, ao acordar, de repente você estará falando. Como tudo na vida que você aprendeu, foi um processo, teve evolução e existem muitas coisas que sempre estaremos nos aperfeiçoando. O inglês, como qualquer outro idioma, é um conhecimento que para adquiri-lo, você precisa estudar, como qualquer coisa que você já se esforçou na vida para aprender.
Não dê seu dinheiro pra essas pessoas, amigo(a). Estude um pouco todos os dias e você chega lá.

2) Garantindo seu primeiro milhão

Essa eu adoro. Eu realmente não tenho uma fórmula pra te tornar um milionário, mesmo porque eu não me tornei uma. Já li muito sobre isso e a única conclusão que eu consigo chegar é que para ser um milionário você precisa ter sorte de ganhar na loteria ou herdar algum bem significativo.
Alguém pode me dizer que eu estou exagerando, que existem maneiras de trabalhar e chegar lá. Ok, pode ser. Só que eu não acredito em fórmulas mágicas para o sucesso e todo esse chorume de auto-ajuda publicado por aí. Se você vai trabalhar duro pra isso, boa sorte e se cuide pra não ter um infarto. Mas do contrário, digo novamente o que todos já estão carecas de saber: que auto-ajuda e conselhos de sites de facebook só favorecem quem os escreve e só serve pra entupir seu feed de spam. Não dá pra 7 bilhões de pessoas no mundo serem milionários, senão, com tanta informação todo mundo seria. Faça um favor a si mesmo, feche a rede e descanse sua mente dessas bobagens.

3) A dieta da vez
Já é difícil para o meu pobre cérebro anti-sofredor demais entender como alguém consegue se manter em uma dieta restringindo alimentos. Mas ok, muita gente faz isso sem sequer entender porquê faz, estão apenas sedentos para se encaixar em um padrão de beleza. Santa obediência... Convenceram a gente que precisamos abdicar da nossa felicidade e do nosso prazer em saborear um alimento para se encaixar em uma tolice chamada padrão de beleza e tudo isso para quê? Pra mim não serve para nada, mas para a indústria, isso tudo é uma mina de ouro.
Todos começam a alegar que é em nome da saúde, mas eu não creio que obsessão por emagrecimento, dieta incessante e ciclo engorda-emagrece, seja necessariamente o que eu posso considerar como saúde. Saúde mental não é saúde também? As pessoas que participam do mercado da dieta, perderam a sanidade... Ou precisam de um tapa na auto-estima. Um famoso médico aí perdeu o diploma dele, mas e daí? Quem liga pra saúde e qualquer discernimento quando o assunto é emagrecer, não é mesmo?
Vale tudo, todas as dietas disponíveis no mercado, cada ano que passa surgem novas e, pelo que sabemos, a obesidade só aumenta... Tem dietas insanas no mercado, até uma tal de dieta da USP (que a USP nunca elaborou) tem gente que segue, pouco importa o que aconteça com você, estando magro é o que vale. Foda-se a saúde, né? Mesmo que você jure por tudo na vida que é por saúde que você faz isso.

Primeiramente, quero dizer que o item 3 será longo, estou no clima de desabafo. E depois, lamento informar, mas eu não vou dizer pra você o que você deve fazer pra emagrecer porque, além de eu não ter interesse algum no peso alheio, eu não sou médica, nem nutricionista, nem nada ligado à saúde. Quem quer emagrecer, procure ajuda médica porque não existe nenhuma solução milagrosa que fará isso por você.
Dito isso, vamos voltar ao chorume nosso de cada dia.

Os picaretas da dieta sempre possuem uma maneira mágica e desconhecida para o emagrecimento, que você só tem acesso quando paga pela informação. Assim que a informação chega, você percebe que gastou dinheiro porque é sempre mais do mesmo: você tem que querer muito, se esforçar, não existe milagre. Você se esforça, vai longe, fracassa e eles são categóricos em dizer: a culpa é sua que não se esforçou o suficiente. Mas nunca será suficiente. O que importa é o seu dinheiro, o resto é balela. Se isso resolvesse de alguma coisa, não haveria ninguém gordo, logo, essa indústria do emagrecimento não iria faturar seus milhões.

A "verdade" suprema que ninguém conhece e você precisa pagar para conhecer mais do mesmo

Os livros de auto ajuda para o emagrecimento também são incrivelmente longos. Li muitos e nunca achei que mudassem muito um do outro. Tudo cai em uma dieta. Até os livros que prometem uma psicologia revolucionária para o assunto são mais do mesmo.

Uma simples busca no google por livros de emagrecimento e sai uma lista infinita

Todos os métodos vão te dizer de uma forma muito acalantadora o seguinte: feche a boca e faça exercícios. Resumindo, é isso e livro cretino é o que não falta.
E bem, eu pelo menos não me sinto nada feliz de alguém enfiar o dedo na minha cara e me mandar "fechar a boca". Ninguém gosta disso porque somos humanos, e como tal, gostamos de comer, de comida saborosa, de desfrutar bons momentos com amigos, familiares, festas, fazer um almoço gostoso e satisfatório e deveríamos nos sentir felizes por isso... Mas não. Enfiaram na nossa cabeça que isso é uma espécie de desgraça e esses livros vão vender, páginas no facebook vão bombar, grupos serão criados para compartilhar imagens e os poucos que emagrecem são os vencedores, os exemplos, e a maioria, bem... Esses serão os preguiçosos que não queriam realmente. Incrível.
Não me estranha muito que os compartilhadores de chorume fitness se vangloriem de seguir uma dieta assim/assado e se achem os guerreiros da bunda dura. Para eles é heroico ficar comendo essas comidas pouco interessantes e insossas todo santo dia, enquanto quem não consegue é por falta de vergonha na cara. É a hora que eu coloco a minha mão na cabeça e me pergunto se esse povo sofre de algum desequilíbrio mental. Enfim...

No meio disso tudo, surgem novas abordagens, claro. Existem livros que fazem uma proposta melhor, pra que você jogue tudo isso no lixo e faça diferente, tipo seguir seu corpo, seus instintos, etc.
Um exemplo disso é a nutricionista Evelyn Tribole, que escreveu um livro (dentre tantos) chamado "Intuitive Eating". Eu já dei uma lida em muitos desses livros, até nos livros mais lights, que te mostram uma abordagem mais diferenciada. Aliás, eu posso dizer que já li muitos livros de auto-ajuda por pura curiosidade, já que eu sempre fui entusiasta do ensino da filosofia para nos ajudar com o rumo de nossas vidas.

Nenhum livro de auto-ajuda me convenceu, eu esperava que Tribole fosse a primeira. Porém, ao comentar sobre o livro, uma amiga - e essa amiga já tentou de tudo que se pode imaginar para emagrecer -, me disse que ficou emocionada com esse livro e que tinha que ler novamente para entender 100% do que o livro queria dizer. Se ela entendeu 100%, eu não sei, mas ela, por alguma razão misteriosa e incompreensível, não conseguiu emagrecer um quilo sequer. Foi então que eu percebi que esse tipo de livro é só mais do mesmo, vendem uma ilusão para os pobres desesperados que tentaram de tudo e não conseguiram. É interessante entender que esses livros propõem algo inovador como o comer intuitivo, que você pode comer o que quiser sem neuras e o emagrecimento é uma consequência. Mas ainda creio que quem procura esses livros, quer uma alternativa fácil para emagrecer, e isso não existe. Se a pessoa não consegue, novamente fica frustrada.

Muitos nutricionistas divulgam que dietas não passam de pseudociência que enriquecem o mercado de emagrecimento e só contribuem para o aumento de peso. Nesse meio, surgem os nutricionistas que fazem cada vez novas abordagens que se espalham nas redes sociais.
Mas os que você precisa prestar atenção, são naqueles "profissionais" que nunca falam qual é a "fórmula do sucesso", você só saberá se procurá-los e se pagar - e não custa barato - para finalmente conseguir o que você tanto deseja. Isso até me faz lembrar um livro de Lair Ribeiro chamado "Emagreça Comendo", e quando você vai ler, fica decepcionado porque ele não vai te dizer que você pode sair comendo hambúrguer e fritura todo santo dia e ainda sim emagrecer. Se você está procurando uma fórmula pra ser sedentário e comer tudo exageradamente sem limites e emagrecer, sinto muito, isso não existe. Se você procura um meio de se curar da compulsão alimentar - problema de nível psicológico - um livro de emagrecimento ou uma curtida em páginas de nutricionistas do terror, pode alimentar mais ainda esse problema, causar ansiedade e o resto, todos já sabem. Sério, procure um psicólogo. Livro de auto-ajuda pode agravar esse problema ainda mais.

Ah, esqueci... Quanto ao comer intuitivo, os livros possuem conteúdos que você pode até achar na internet e não passa muito disso. Até a wikihow resume o que tem nesses livros, mas se você acredita que o seu dinheiro deve ser gasto nisso, vá em frente.
Antes, saiba que ciência não tem dono e nem é milagrosa. É um conhecimento que toda humanidade deve ter acesso, então, leia sobre como identificar um charlatão antes de fazer suas escolhas. Principalmente se eles estão dizendo que ninguém além deles podem te ajudar ou se eles falam de uma maneira que detém um super conhecimento revolucionário e vão dando apenas pistas do que pode ser, mas se você quiser conhecer a verdade suprema, só procurando eles e pagando para isso. Conhecimento científico não tem dono!

Faça um favor a si mesmo: relaxe e vá tomar um refresco.
Não se incomode com a opinião alheia e comece a fazer vista grossa com quem se acha no direito de falar qualquer coisa sobre o seu corpo. Quem te fala isso não vive uma vida plena de felicidades e realizações, pois se vivessem não fariam isso.







domingo, 14 de agosto de 2016

12 coisas que eu aprendi com Black Mirror

Eis uma série que eu recomendo chamada "Black Mirror". Eu fiquei realmente assustada com aqueles cenários distópicos que nos faz refletir para onde estamos caminhando com a tecnologia.
Eu não sou muito de séries, não gosto de fazer maratona e até aqui eu imagino que você deve pensar que eu sou uma chata incurável, mas é apenas paciência que eu não tenho muito. E quando tento acompanhar a série pela TV, eu desisto no terceiro ou quarto episódio, então, séries nunca foram meu forte.
Porém, uma amiga insistiu que eu assistisse essa série, ela disse que era a minha cara, afinal, eu sou dessas que gosta de analisar o lado obscuro da tecnologia. Como a série é curta, eu assisti todos os episódios disponíveis até o momento (sete no total). Claro que virei fã dessa sombria série, que me deixou bastante assustada e decidi compartilhar com vocês o que eu aprendi com cada episódio.

****Contém Spoiler****



1) Qualquer bobagem é capaz de nos entreter
No episódio "Hino Nacional", a princesa da Inglaterra é sequestrada por um grupo de terroristas e ao invés de exigirem pagamentos ou presos libertos, eles pedem que o ministro transe com um porco em rede nacional. Claro que é um pedido absurdo e constrangedor, o ministro não cede no início, mas acaba fazendo isso, sem nenhuma saída. Porém, trinta minutos antes do ato, a princesa já tinha sido liberta e ninguém se deu conta porque estavam todos assistindo a degradante cena do ministro transando com um porco. Ou seja: damos atenção para mesquinharias, nos importamos com tolices e entramos na onda de todo mundo.

2) A internet rouba nossos sentimentos
Nesse mesmo episódio "Hino Nacional", o ministro quis que o vídeo ficasse em segredo, mas como foi publicado no facebook, após ser retirado, milhares de usuários fizeram cópias e publicaram, sem o menor pudor. A notícia se espalhou e o mundo inteiro já sabia do incidente. Isso me fez lembrar diversas histórias que rapidamente se espalharam pela rede social e ficaram famosas, como, recentemente de um médico que debochou de um paciente por ele falar "peleumonia". Quanto mais em alta está a notícia, mais temos coragem de expor e falar dela, seja bom ou ruim. Isso me lembrou um artigo da revista Superinteressante, onde explica que quanto mais amigos temos no facebook, mais ficamos agressivos. Elementos como narcisismo e competitividade, tornam esse comportamento cada vez pior e quando você tem um rio de pessoas que concordam com você, a coisa afunda de vez. As pessoas gostam mesmo de ver outras se ferrando, eis a verdade.
E antes que me perguntem, não eu não estou defendendo o médico que teve a infelicidade de cometer essa maldade com um paciente que confiou nele. Só estou alegando que a internet tem o poder de multiplicar qualquer coisa que você posta e você não pode confiar em absolutamente ninguém. Portanto, cuidado com o que você posta em grupos ou fala por aí. Pense e tente ser mais humano. Evolua.



3) Gastamos dinheiro com futilidades que não existem
No episódio "Quinze Milhões de Méritos" vemos uma realidade distópica - e espero que nunca exista - de pessoas escravas que pedalam nas bicicletas para gerar energia e ganham pontos aos poucos, dos quais serão usados para comprar comida, itens básicos e todo tipo de futilidade possível para preencher um avatar. E por acaso não é o que fazemos quando compramos itens de joguinhos e programas bobinhos em shoppings virtuais? Nós já sabemos que consumismo é uma doença. Sabemos que boa parte do nosso dinheiro é gasto com futilidades, mas imagine viver em um mundo onde a coisa chega a um extremo de pouco se importarem com o frescor do planeta para comprar itens para um avatar e... Ops... Acho que isso se assemelha um pouco com o que fazemos, não?

4) Programas de entretenimento além de fúteis, descobriram uma fórmula para te manipular
Em "Quinze Milhões de Méritos", tomamos conhecimento de que a esperança para os amiguinhos das bicicletas é um programa de reality show semelhante ao "American Idol", onde você tem que se expor para milhares de pessoas e passar um tremendo ridículo aguentando jurados mal humorados que só pensam em te humilhar. Não importa se você tem talento, esses programas sempre vão exaltar o seu pior lado. A humilhação faz parte, cortar todas as suas esperanças também, afinal, querem te fazer acreditar que você nunca será bom o suficiente.

5) Preferimos viver uma farsa ao invés de aproveitar a vida real
Ainda no "Quinze Milhões de Méritos", provamos um pouco do gosto amargo do que é ser, além de manipulados, termos nossas esperanças destroçadas em nome de besteiras e futilidades. O ator principal se apaixona por uma garota que conhece nas bicicletas e se encanta pela voz dela, acreditando que ela pode ser uma estrela. Então, ele se dispõe a ajudá-la comprando um ingresso para que ela participasse do reality show, mas não contava que os jurados a manipularia para que ela se tornasse uma atriz pornô, afinal, cantores são mais do mesmo. Ele quis um dia provar algo real, pegou na mão dela e acreditou que isso poderia mudar algo. Porém, foi um engano, ele não conseguiu dizer a ela tudo que queria e também não quis dar nenhuma chance de interação a uma outra garota que estava interessada em se aproximar dele. No fim, ele se revolta e vai ao programa falar umas poucas e boas para os jurados e para sua surpresa, os jurados acabam gostando do que ele disse e oferecem a ele uma vida melhor em um cubículo maior. Se ele quisesse viver qualquer coisa real, por que não permitiu a si mesmo de se aproximar de todas as pessoas? Isso acontece na nossa vida hoje onde perdemos chance de estar em algum lugar para ficar jogando ou fazendo qualquer atividade on line.
Eu me lembro que quando fui ao show de uma banda famosa. Eu e o meu ex namorado, na época combinamos que tiraríamos duas fotos para guardar conosco e foi o que fizemos, aproveitando o show. Eu me pergunto, quem consegue aproveitar 100% algo com a preocupação em conseguir uma imagem digital?




6) Nós já somos indeléveis
Tudo que você posta na internet, fica lá. Não importa que você delete, será armazenado em algum lugar e você não tem uma garantia que seus dados não perambulem por aí. Uma vez eu deixei um email antigo meu como resposta no site "Yahoo Respostas" e muitas pessoas me escreviam pedindo ajuda eu precisei deletar o email porque a minha resposta do Yahoo não tinha como ser apagada. Atualmente o facebook disponibilizou um recurso de lembranças, onde mostra o que aconteceu "neste dia" nos anos que você esteve conectado. Eu que mudei minha opinião às vezes sinto vergonha de tantas bobagens que eu escrevia antes e pior: deixava tudo público.
Armazenar nossa memória é bom? No episódio "Toda a sua história", as pessoas usam uma espécie de grão que guarda absolutamente toda memória do que as pessoas fazem. Não bastasse isso, elas ainda podem exibir em uma TV. É aí que um homem desconfia que sua esposa o traiu e vai investigando toda sua memória até que por fim ele vê que suas desconfianças estavam certas. Considerando que muitos casais terminam o relacionamento por causa das redes sociais, é hora de relembrar tudo que você andou postando, pois nós mudamos de opinião e nossas memórias registradas podem nos prejudicar.





7) Registramos nossa vida na internet e ela é mais falsa que verdadeira
No episódio "Volto já", uma mulher perde o marido em um acidente e para superar o trauma, aceita usar um serviço de inteligência artificial que conversa com ela baseado nas informações que seu marido deixou nas redes sociais. Ela fica empolgada, impressionada com a realidade do serviço até que descobre que a memória dele pode ser inserida em uma espécie de robô com as mesmas características do marido. Mas com o tempo ela descobre que aquele não era ele e que boa parte das informações que deixamos nas redes, não é real. Isso diz muito sobre o que fazemos. Eu conheço pessoas que não possuem uma vida tão feliz, mas aparentam gozar de plena felicidade nas redes. Também conheço quem é bastante feliz e consegue viver uma ótima vida mas diz que está deprimido nas redes sociais.
A quem queremos enganar? Não enganamos mais ninguém...



8) Gostamos de ver as pessoas na pior
No episódio "Urso Branco", vemos uma mulher acordando em um quarto sem se lembrar de nada que aconteceu. Ela sai para fora e vê muitas pessoas com o celular na mão fotografando e olhando pelas janelas. Tenta dialogar com elas, mas ninguém responde, quando do nada surge um homem querendo matá-la. Quando ela foge desesperada pedindo ajuda e todos estão apáticos sem fazer nada e só ficam filmando seu desespero, ela encontra uma mulher no caminho que lhe diz que o mundo ficou maluco e os caçadores matavam pessoas vulneráveis e os outros acompanhavam tudo como bons voyagers. Ela não se conforma que ninguém atende ao seu sofrimento, ao invés disso, preferem tirar fotos.
Ao que parece, o sofrimento alheio é um deleite para nós, sendo criminoso ou não. No caso da mulher perseguida, ela foi condenada por participar do assassinato de uma menina e foi forçada a perder sua memória, então sendo assim, como ela saberia o que as pessoas queriam dela? Como sentiria o peso da justiça em seu colo se retiraram sua memória? E assistimos tudo quietos, filmamos, gravamos, opinamos... Não nos importamos com as pessoas. Existem casos de crimes em que a vítima é tão exposta na internet que pode colocá-la em perigo maior. Mas quem se importa, não? O que vale é proteger nossa conduta moral, nossos rios de likes garantidos.
Inclusive, li um texto com uma interessante analogia a esse episódio do Black Mirror.

9) Somos muito "corajosos" diante da tecnologia
Eu me considero uma boa pessoa. Tenho meus princípios, meus amigos, meu namorado e tudo isso é problema meu. Eu não tenho interesse em prejudicar ninguém e não me sinto dona de qualquer moralidade suprema para impor aos outros o que eu acho correto ou para julgar o que os outros fazem. E é por isso que eu evito dar lição de moral. Digo que evito porque esse blog é um espaço em que eu faço o possível pra refletir sobre as redes, mas não deixa de ser algum tipo de moralismo.
Porém, existem pessoas que realmente são péssimas. Quem não conhece o cara que bebe até cair numa balada, fala um monte de bobagens, não pensa nas consequências, mas está lá dando lição de moral nos outros, alegando que certas coisas não são para pessoas "de bem". Do mesmo modo que está cheio de gente "de bem" que adora xingar os outros, falam com arrogância e soberba, mas vivem em uma cúpula de hipocrisia.
No episódio "Urso Branco", descobrimos que a mulher perseguida é uma assassina e todos estão ali assistindo o palco da justiça, sentindo prazer em vê-la sofrer. Uma pessoa que nem se lembra de seus atos. Dado momento, eles sugerem que as pessoas fiquem bem longe, pois ela pode ser perigosa.
Ela? Oi?
Desculpe, mas uma sociedade que vive de julgar os outros e praticam todo tipo de linchamento moral on line, não pode ser considerada justa. Perigosos somos todos nós.

10) Normalmente não temos muita coragem de xingar de verdade
Insultos e xingamentos estão por toda parte nesse mundo virtual que habitamos também. Nossa essência muitas vezes fica presa aqui e não nos damos conta disso. Ou simplesmente deixamos escapar o nosso pior lado porque parece que muita gente é corajoso na internet. É virtual, você não está em um contato real com a pessoa do outro lado da tela e por isso, muitas vezes criamos uma certa coragem que não temos na vida real. Não é de se estranhar que amizades sejam desfeitas, namoros e casamentos terminados, empregos perdidos e relações sociais cortadas por conta de bobagens que falamos nas redes sociais. Nem todos possuem boa mentalidade para lidar com certas questões, então é preciso cuidar bem do que se diz.




11) Clichês e mesmisses fazem sucesso e se elegem!
No episódio "Momento Waldo", vemos uma coisa incrível: um ursinho mal desenhado, sem qualquer traço artístico que o diferencie de algum outro desenho de qualidade, controlado por um comediante que só fala palavrão fazer sucesso. O artista por trás dele estava desiludido, obviamente que eles só queriam dinheiro e badalação ao invés de qualquer show artístico e por isso, qualquer um poderia controlar aquele boneco falando bobagens.
Uma vez eu me peguei me perguntando o motivo de um desenho bobinho como a Pucca fazer sucesso. Ou coisas tipo teletubbies. Talvez por serem bobinhos façam sucesso, o que nos leva a crer que, basta uma ideia simples e um clichezinho para criar algo que dê certo, contando ainda com o efeito manada. Pode ser algo mal feito e simples, como o caso de South Park: só precisa conter a fórmula do escracho e do ridículo, o que me faz lembrar uma fábula de Monteiro Lobato chamada Qualidade e Quantidade.
Nessa mesma linha, temos os youtubers, que gravam vídeos falando as bobagens mais inúteis sem qualquer fundamento. Até aí ok, afinal, precisamos de entretenimento. E esses youtubers, não satisfeitos, lançam livros, camisetas, chaveiros, canecas e eu particularmente não acharia estranho que também concorressem à carreira política, como fazem tantos "artistas" e figuras públicas e são bem votados! É o típico voto cacareco. Com a política suja e as pessoas cansadas, acontece esse tipo de coisa: a esculhambação vence porque há muito tempo ninguém consegue levar a política muito a sério. Eu não tenho dúvida que se um desenho animado se candidatasse (se fosse permitido), seria pelo menos muito bem votado, como o que aconteceu no episódio do Waldo. E aí acabaria elegendo pessoas mal intencionadas que talvez não teriam ganhado se o fator fictício-falador-de-bobagens não tivesse se candidatado.
PS.: Gosto de Pucca e South Park, já me renderam bons risos. Mas ninguém me convence que aquilo é o mínimo que eu possa chamar de bela arte. Apesar de gostar eu me pergunto: por que isso faz sucesso, gente?




12) Não nos importamos conosco
 No episódio especial "Natal", vemos uma cena curiosa: duplicam nossa memória, contendo nossa essência e nossas informações para que esse pobre infeliz desse clone se torne uma espécie de "escravo pessoal". E deixam todos os sentimentos nele, como tédio e medo. Rendido, esse pedaço de ser humano passa a trabalhar para o seu 'eu' original.
Claro que eu não acredito que uma boçalidade dessa seria possível, mas se fosse, eu jamais faria. Eu sei que eu preferiria o suicídio do que viver em função de alguém, e mesmo assim, não haveria possibilidade de me matar. Esse é um caso drástico. Mas se analisarmos, muitas vezes esquecemos um pouco de nossa essência nas redes sociais. Comemos sem prestar atenção na comida e olhamos para o celular, às vezes atrasamos trabalhos e estudos para ficar na internet, há quem prefira ficar em casa fazendo maratonas de séries do que curtir um momento com os amigos... E existem casos curiosos de pessoas que sequer conseguem mais ler um livro porque sofrem um certo grau de abstinência se saírem um pouco da rede social.
Hora de prestarmos um pouco de atenção em nós, certo?



Conclusão
Obviamente há trocentas coisas que eu poderia falar de Black Mirror fazendo alusão com nossa vida real, mas listei o que eu realmente consegui traçar uma analogia. Se colocar em primeiro lugar e fechar a rede um pouco não faz mal a ninguém.
Ah sim, e antes que eu esqueça, esse blog não é contra o uso de nenhuma rede social, apenas me disponho a escrever para quem tem interesse em reduzir o uso das redes.

sábado, 6 de agosto de 2016

Para que serve o botão "Curtir"?

Eu também queria que a resposta fosse nada. Mas infelizmente eu tenho uma série de respostas e elas não são positivas.
Mendigar atenção, bombar publicidade, causar ansiedade, deixar as pessoas bravas, cobrir páginas inúteis de atenção e fazer certas pessoas apagarem as postagens quando elas não dão em nada.
Certa vez eu caí em uma discussão com alguns colegas de trabalho sobre o jogo "Fazendinha". Ainda era a época do Orkut e me lembro que muitos amigos gostavam de jogar aquilo. Como eu nunca joguei, não sou capaz de avaliar se o jogo era bom ou ruim. O caso foi que um dos meus colegas reclamou que a namorada dele gastou uma quantia de dinheiro bem considerável no jogo e para ele, aquilo era inaceitável, custando uma bela briga entre os dois. Alguns alegaram que o dinheiro era dela, e ela gastava com o que bem entendesse. Outros acharam aquilo absurdo, onde já se viu gastar dinheiro com joguinho?
Eu não tenho condição de avaliar se é certo ou errado, afinal, eu não gosto de opinar sobre o patrimônio dos outros. Mas uma coisa é bem questionável: você está pagando pelo que? Por uma coisa virtual? Você sequer pode segurar aquilo, tudo é simbólico, assim como o like do Facebook.
Quando se tenta reduzir o uso do Facebook, é também bastante útil não sair distribuindo likes pra toda postagem que você ver. Vai ter uma hora que, após aprender sobre você, o facebook vai jogar no seu feed só aquilo que combina com o que você gosta. Isso facilita ainda mais a comunicação e quanto mais likes você der, mais vai fortalecer a relação daquilo que é mais atraente para te manter logado. Pense bem, por que você precisa curtir tudo? E pra que você precisa de likes?

Eu tenho um amigo que possui uma página famosa. Ele fez uma postagem que recebeu poucos likes naquele dia e me convidou a curtir. Eu disse a ele que não concordava com o post e por isso não ia curtir. Imediatamente ele ficou ofendido e me cobrou um rio de explicações. Eu respondi a ele que em primeiro lugar, ele não tinha que me pedir para curtir nada. Depois, que normalmente eu dava um like avulso para coisas que eu realmente curtia, e aquilo eu não curti. E, por fim, eu expliquei a ele os motivos e disse que não ia dar like para favorecer ele. Aliás, tinha muito like, mas para o alcance da página, aquilo era pouco. Era curioso como o like era mais importante do que reavaliar a besteira que ele tinha escrito. Paciência, não?
Ao fim de tudo, eu não entendi ao certo se aquela discussão era real. Tudo por causa de um like? Uma coisinha que não serve pra nada, só pra alimentar um banco de dados e favorecer o facebook

Foi então que me vi sentada no vagão de um trem com o Facebook aberto e eu na condição apática, dando likes de forma mecanizada pra trocentas selfies, centenas de memes por minuto, centenas de postagens com links que eu nem abri pra ler (só julguei pelo título) e me realizando com ativismos pela rede. Enquanto isso, na minha bolsa estava um livro que eu arrastava há mais de uma semana e só tinha conseguido, com muito esforço ler três páginas. Eu estava cansada de tudo aquilo e por alguma razão, não conseguia ficar deslogada. Foi uma luta, devo admitir e muitas vezes eu me pego distraída, mas algo mais forte simplesmente passou por cima desse desejo estranho de ficar sentada sem fazer nada, me esforçando mentalmente na rede social.
Uns dias depois, dei uma olhadinha para o celular de um rapaz que estava sentado ao meu lado no metrô e apareceu um selfie de uma menina linda. Ele permaneceu sem expressão, apenas deu um joinha e continuou rolando a tela. Pois é... Modo automático.


Um dia eu comecei a perceber que eu não queria perder a minha vida inteira naquilo. O que guardamos de informação do mundo? As lembranças que estavam rodando na minha cabeça era apenas a telinha branca e azul do Facebook e eu estava ansiosa por tentar saber o que acontecia ali. Mas eu já escrevi nesse blog que eu me convenci aos poucos que nunca está acontecendo nada. Quem alimenta aquilo são as pessoas que não perdem nada e querem que o mundo saiba de tudo, que seus amigos vejam tudo e no fim das contas, contribuirmos com o nosso like.
Há quem possa dizer que eu sou exagerada, mas estou certa de que, para quem começou a enxergar o peso disso e está tentando reduzir o uso da rede, pode ser um suplício ficar sem visualizar os possíveis likes que nos deram. Experimente ficar um dia sem o facebook e veja se isso faz ou não diferença. Se fizer, considere pensar em reduzir.

O botão de like não tem qualquer serventia pra mim. Até seria útil se eu vendesse algum produto ou precisasse me promover. Mas o caso é que eu não tenho nada a vender e nem necessito promover a minha imagem, então, eu não preciso distribuir likes a rodo pra meio mundo e muito menos receber like de quem quer que seja. Isso só vai dizer ao Facebook que eu gosto disso/daquilo e será difícil sair de lá com a quantidade absurda de informações chegando por segundo. Uma vez eu abri meu facebook e vi que tinha umas 100 atualizações. Curiosa, fui checar o que eu havia postado para receber tanto like. Fiquei assustada quando vi que um homem desconhecido entrou no meu álbum e curtiu uma foto atrás da outra sem me conhecer. Inclusive, ele enviou um pedido de amizade. Imediatamente eu bloqueei, pois me senti assediada e a partir daquele dia excluí pelo menos 70% das minhas fotos e tranquei o restante só para amigos verem. Quando eu acessei o facebook pela primeira vez, eu ainda me recuperava de uma depressão que eu ganhei após um fim de relacionamento. As coisas estavam difíceis e eu encontrei um alívio por muitos anos, mas pouco a pouco tudo começou a perder o sentido e eu me envergonhava de algumas fotos postadas. Com o recurso "On This Day" ou "Lembrança", eu fiquei ainda mais triste e até envergonhada de muitas postagens que eu já havia feito. Em 5 anos a opinião de todos pode mudar drasticamente e você acaba ficando triste de ter postado tantas bobagens.

Diminuir é sempre um bom caminho, e prosseguir nossas vidas fazendo coisas reais, das quais o facebook não precisa saber. Selfies já não convencem mais ninguém, afinal, é cansativo ver as mesmas imagens das mesmas pessoas todos os dias. Eu particularmente envio um like no modo automático e creio que muitas pessoas também agem assim. Eu me limitei apenas a tirar fotos em momentos especiais de viagens ou encontro com familiares e boa parte delas não vão para o facebook. Aliás, nos últimos quase dois anos, eu devo ter enviado menos que cinco fotos para o facebook. Eu não estou te dizendo para fazer o mesmo, só estou tentando te dizer que, de certa forma, os selfies e as fotos exageradas nada dizem sobre você e normalmente, as pessoas dão like apenas por dar. Tente reduzir ou pensar no que realmente vale a pena.
A vida vai muito além da rede social e o facebook não precisa saber de tudo. Na minha lista de contatos tem um rapaz bem esclarecido, que vive postando absolutamente tudo que ele faz. Uma vez ele postou as anotações sobre a pesquisa dele e um minuto depois já tinha uns 20 likes e eu estou certa de que ninguém leu o conteúdo, apenas curtiu pra favorecer ele. Uma pessoa inteligente como ele, deve saber que as pessoas não vão ler suas anotações, só dar like por dar. Então pra que continuar postando?

Por que fazemos isso? Gostamos de nos enganar ou é uma atitude viciante sem explicação? Você tem alguma explicação melhor? Reflita.


domingo, 3 de julho de 2016

Os irresponsáveis do youtube


É verdade que existem muitos canais no youtube que te ajudam a estudar e passam ótimas informações. Mas também é verdade que existe uma gama de baboseiras inúteis que só servem para tomar o seu tempo. Se eu for elencar os assuntos, ficaria aqui o dia inteiro apontando as coisas mais absurdas e irrelevantes que eu já vi. Alguns canais que têm subido a audiência, são aqueles que elencam as principais brigas e tretas entre youtubers que possuem canais grandes. Também é de praxe encontrar canais com conspiração e com pessoas ignorantes falando imbecilidades de dar com pau. Existem também aqueles canais com modelo 'talk show', dos quais os seus respectivos donos angariam um exército de adolescentes entediados que não raro, são incapazes de largar o celular, mesmo dentro da sala de aula.
O que me deixa mesmo impressionada é o poder de influência dessas pessoas. Por um lado, você tem a sua oportunidade de se expressar livremente, demonstrar o seu talento e trazer novas ideias e isso é bom! Afinal, eu sempre defendi nesse blog que não é necessário se desfazer de todas essas redes, mas simplesmente ter bom senso e entender que tudo na vida é melhor com parcimônia e moderação. Mas existe o outro lado, que a meu ver não é nada bom e as pessoas viciadas em redes sociais deveriam perceber também.
É de conhecimento de todos que muitas vezes esses canais não querem ter compromisso com a verdade e o bom senso. Um exemplo são esses canais fitness que eu vejo por aí que dão dicas de dieta com a maior irresponsabilidade. Uma vez eu vi um canal de um sujeito (que me recuso a divulgar aqui), que falou com essas palavras: "Eu vou divulgar a dieta que estou fazendo, e não me venham reclamar. Não sou nutricionista, não me responsabilizo pela saúde de ninguém. O que estou fazendo aqui é só passar a minha dieta, se você seguir é problema seu!" Ué... Fiquei confusa. Se não quer que ninguém siga a sua dieta, por que você a divulga? Eu até gostaria de encontrar respostas melhores, mas elas simplesmente não existem. O que ele quer é ter o minuto dele de fama pra se sentir superior porque consegue seguir uma dieta e claro: faturar os adsenses dele. Esse é um caso de nutricionista informal, que se dedica a fuzilar o cérebro dele e de outros com informações infinitas sobre alimentação. Mas ele não é um caso isolado. Além dos nutricionistas informais, temos trocentas dessas anomalias sem diploma: economistas que arriscam todo tipo de palpite nonsense, cientistas políticos que adoram xingar e proferir bláblábá com teor odioso, historiadores que argumentam usando como fonte suas imaginações férteis, psicólogos apelativos para clichês de auto ajuda emocional, filósofos de boteco, etc. É difícil elencar toda a gama de sandices que vemos naquele universo de infinitas possibilidades de vídeos.

Existem também aqueles vídeos de pessoas que realmente são estudadas, experientes e decidem dar suas opiniões. Esses também me preocupam, pois normalmente possuem convicção nas suas ideologias e assim propagam suas ideias se expressando muito bem em vídeos convincentes. Quem escuta acaba acreditando que o sujeito está coberto de razão e eu não estou falando de canais de "talk show" porque esses normalmente as pessoas não costumam levar a sério. Eu estou falando daqueles que debatem temas polêmicos como ateísmo, religião, política, ideologias e qualquer desses assuntos que dependendo do contexto eram tabu há três décadas, como a eutanásia. Todos esses canais parecem usar a técnica da retórica para que o espectador acredite que o vlogger proferiu a verdade final e não há necessidade de questionar e ouvir outras opiniões. Eu cheguei a ver vlogger alegando que diploma não serve pra nada, e foi tão convincente que até eu me senti um pouco deprimida. Imagine um jovem que está começando uma vida sem esperanças, que estuda para o vestibular e sequer sabe do próprio futuro. É bem provável que ele caia nesse papo idiota e o mundo é absolutamente cruel como sabemos. Tem youtubers que fazem seus fãs mirins odiarem tudo ao redor e os convencem com as mentiras mais baixas, dando a impressão que de que o mundo está um caos e só eles contém a verdade libertadora. Quando um jovem faz alguma besteira por conta dessa irresponsabilidade, eles vão logo tirando o corpo fora, alegando que não são responsáveis pelo que as pessoas fazem, que apenas usaram o direito de liberdade de expressão.

Pois bem, meus amigos leitores viciados nessas ferramentas, quero lhes dizer que - como quase todos já sabem -, o que esses vloggers querem (pelo menos a maioria) é visualização, fama e dinheiro. Não há problema em assistir os seus canais preferidos, mas considere ler outras opiniões e se aprofundar nos assuntos discutidos. Estude, leia, se informe e considere não se fechar para novas opiniões. A internet é um rio sem fim de informações boas e úteis, e você pode também se aprofundar em leituras úteis para a sua vida ao que ficar na internet.
Não leve o youtube tão à sério e procure só abrir-lo de vez em quando, se o assunto realmente lhe interessar ou se for útil para os estudos. O google também usa um algoritmo de relação de vídeos para que você não saia mais dali. Basta apenas que você assista um único vídeo fora dos seus interesses e chove de títulos semelhantes. Dia desses eu estava assistindo um show de um guitarrista no centro da minha cidade e no dia seguinte, ao assistir o vídeo de um canal que eu gosto, lá estava a sugestão do canal desse músico. Como eles sabiam, se eu não procurei por essa informação? Depois fui me tocar que o google deve ter usado o mapa do meu celular, verificado a minha localização e lincado o canal do músico, o que me fez desligar a internet do meu celular quando estou na rua.
Você pode usar o bom senso sempre e ficar de olhos bem abertos.













terça-feira, 5 de abril de 2016

Estudando no facebook.

Você está atolado com seus estudos, em desespero, a ponto de pedir socorro e ainda tem que lidar com o fardo mental que é ficar pensando no seu Facebook. Não basta toda a ansiedade e a angústia, ainda tem o exercício do pensamento que não desconecta em qualquer momento da rede social. O pior é você não resistir e pensar: só 10 minutos e quando se dá conta, já passaram 3, 4 horas.
Você fica na pior e se sente ainda mais desesperado. Em seguida, você desiste e deixa pra amanhã, afinal, o facebook é o fator que te deixa completo nessa vida.
Eu tive esse problema. Assim como observei esse mesmo problema em relação à comida: era sempre uma atitude desesperadora e exagerada, que fugia do meu controle. Mas um dia eu tive que acordar e tomar partido da minha vida.
Não pretendo aqui, criar um manual de regras de "como ser mais produtivo nos estudos". Acredite, isso não funciona (pelo menos não pra todos). É tão ineficiente quanto a maioria dos livros de auto-ajuda.
Nosso organismo não é uma coisa só, nem nosso psicológico. Somos seres humanos não máquinas só que funciona na base de listas, regras e fórmulas. Somos seres que tem problemas, emoções e sentimentos.
Se você consegue identificar primeiramente que há algo errado no seu exagero em usar a rede, você já está num caminho correto pelo auto conhecimento. Não pare por aí!
Você precisa olhar pra si e descobrir o que está errado.
No meu caso eu pensava: por que eu to trocando minhas aulas que eu amo por isso? E até mesmo as que eu não amo, eu sempre considerei que valessem mais a pena do que ficar no facebook perdendo tempo com gente que não vale a pena.
O que você está ganhando lá dentro? Aposto que nada. Muitas vezes está se estressando e aumentando a sua raiva, ansiedade e angústia, se prejudicando com algo à toa. Se eu for contar o tempo que eu perdi lá nos anos conectada, eu poderia ter lido uns 300 livros, ter aprendido 2 idiomas, estudado 40 disciplinas e perder a conta de quantos pores do sol eu amaria ter visto.
Isso certamente me enriqueceria mais por dentro do que perder tempo em uma rede onde as pessoas só vivem de aparência.
Pense bem nisso.
Procure uma resposta em você, ela está lá dentro, se permita questionar sem medo.
Sempre vale a pena.


domingo, 13 de março de 2016

O fantástico mundo dos gifs


Continuando a pergunta sobre a coisa mais irrelevante que você irá ver no seu facebook e que eu já sei que você será incapaz de responder, vou falar um pouco de quando a coisa irrelevante consegue prender ainda mais a sua atenção.
Há alguns anos, um colega de trabalho me explicou - e eu não tiro as razões dele - que o facebook não disponibilizava gifs porque brasileiros, com sua fama de serem chatos na internet, se aproveitariam para transformar o feed de notícia num verdadeiro desenho animado colorido e fofo, visualmente péssimo e, portanto, uma estratégia ruim para o facebook. Quer dizer, todo mundo acha ruim, mas no fim, muitos não resistem o compartilhamento das coisinhas meiguinhas que empesteiam a internet. Imaginem a aberração que o facebook se tornaria. Certamente expulsaria muitos de lá.

Mas as pessoas insistem nessa bobagem de gif. E como vivemos uma espécie de "nova geração de gifs", para tudo tem solução. Você não vai ver o gif se mexer, a menos que queira. É como dar play em um vídeo, mas não tem som. Visualmente é atraente e esteticamente funciona bem para o facebook, além de fazer você perder seu tempo visualizando todo um universo de inutilidades de todo gênero. Não pretendo encher esse post de gif, mas hoje mesmo, a primeira coisa que vi foi essa:
Vai e volta, vai e volta, vai e volta, vai e.... GHEGA

Antes de mais nada, peço minhas sinceras desculpas por te fazer ver isso. É uma tortura para os meus olhos, admito, mas é curioso como a vontade de dar um "play" nesses gifs é tremenda.
No meu caso, quase sempre é uma decepção, nada de interessante, nada que agregue coisa alguma, mas eu sempre dou o meu "play".
E como sempre, nós sabemos bem que isso irá prender a nossa atenção e nos damos conta que em questão de 1 minuto, vimos uns 10 gifs.
Até aqui, eu devo começar a explicar que eu não tenho absolutamente nada contra isso. Eu realmente acredito que aquele não praticado "caminho do meio" é sempre uma boa maneira de mantermos o equilíbrio. Não vejo problemas em ficar alguns minutos vendo gifs, mas desde o início, eu expliquei que criei esse blog como uma forma de ajudar pessoas que, como eu, se entregaram ao vício e deixaram tudo isso dominar a sua vida.
Quando há uma grande sensação de perda de controle, temos um problema. Se essa perda de controle te incomoda, então considere tomar atitudes diferentes.
O facebook não mede a apelação para te manter conectado, e a sensação de perda de controle pode não ser só culpa sua. Não quando você é induzido.
As gifs são só mais uma forma de produzir culto ao lixo, e isso vai te deixar mais encantado, mais preso e você não irá resistir.
Eu já fui demitida de um trabalho por passar horas no facebook. Eu sempre prometia mudar, mas no final das contas eu estava lá. Trabalhava 5 minutos e passava 20 prestando atenção em alguma coisa do Facebook. Se as gifs estivessem em alta naquela época, me prenderiam ainda mais a atenção e eu ficaria pior.

Já tivemos evolução de gifs, vídeos, páginas, emojis e o escambau. Qual será a próxima apelação para prender a sua atenção? 
Difícil responder. Mas como eu costumo ficar conectada não mais que 15 minutos - quando eu conecto -, eu tenho uma quase certeza de que eu não serei seduzida por aquilo.
Considerem que é notória a sensação de perda da vida quando passamos muito tempo conectados. Qualquer artifício para prender sua atenção é bem pensado. Não deixe sua mente estagnar ali, não permita-se viver numa prisão voluntária. Se você tem problemas, considere reduzir o tempo no facebook e recobre o que te dá prazer.
Aos poucos, a sensação de liberdade vai surgir fazendo com que você se dê conta de que valeu a pena.






sexta-feira, 11 de março de 2016

O compartilhamento compulsivo



Você nunca se perguntou porque está compartilhando determinada baboseira?
Nunca passou pela sua cabeça que, num minuto você está olhando um monte de conteúdo inútil e no outro está compartilhando e concordando com tudo aquilo?
Começa a escrever curtamente e sem vírgula, entra nas graças das palavras erradas como "ta serto", engloba para sua vida expressões que explodem em toda a rede como "lacrou", "divando", "SQN", "migo", "precisamos falar sobre"...
Na verdade, você é induzido a agir dessa maneira. Esse comportamento memético é irresistível quando você está ali na rede recebendo um fluxo alto de informações.
Claro que, não estou dizendo que não somos responsáveis por compartilhar determinados assuntos. Alguém pode dizer "é só não compartilhar". Ok, mas isso não é tão fácil assim. Você não manda 100% no seu espaço ali na rede quando está conectado. O facebook vai tentar te jogar tudo quanto é conteúdo, vai relacionar os assuntos que você gosta comparando com o dos seus amigos até que você finalmente compartilhe. Isso é bom porque sua atenção vai ficar presa ali e o facebook vai ganhar com isso. Novamente aqui eu digo que a sua relação com o facebook estará fortalecida, mas com seus amigos nem tanto.
O youtube também possui a mesma lógica. Você acessa e o youtube guarda o histórico de todos os vídeos que você assistiu. Induz você a assistir novamente e sugere canais parecidos com os que você acompanha.
Por exemplo, uma vez eu abri o youtube e vi que um vlogger fulano que eu acompanho havia upado um vídeo novo. Abri para assistir, o assunto me chamou a atenção. Ao lado, vi trocentas sugestões de vídeos e um em especial, eu queria entender porquê, já que tratava-se de um canal que eu julgo ser até criminoso. Por que eu me interessaria por aquilo?
Então, eu acessei outros vídeos do canal do fulano, do qual sou inscrita, e notei que em um vídeo ele falava sobre o canal sugerido, do beltrano. E não é só isso. O canal do então beltrano, também aparecia nas sugestões porque citava o nome de outros vloggers que eu acompanho, afinal, botar nome de vloggeiros famosos no seu canal, te faz crescer e chegar a um número notório de pessoas.
Ou seja, é uma teia na qual você está envolvido sem saber. Além dos youtubers usarem essa estratégia para angariar inscritos para seus canais, o youtube contribui botando você de cobaia nisso tudo.
Nesse mesmo dia, em questão de 1 hora, eu já sabia sobre a vida de meio mundo de vloggers que eu nem conhecia, nunca tinha ouvido falar, mas estava ali ouvindo eles porque caí naquela falsa sensação de que uma bomba estava prestes a estourar, e na verdade não estava. Nada de errado acontece ali além do climinha criado pelos famigerados youtubers para envolver você. Afinal, sem você eles não são nada.

O youtube é uma força que age junto com o facebook para ajudar nas visualizações. Quando um amigo seu dá um like em algum vídeo, inexplicavelmente ele pode aparecer nas sugestões de conteúdo de alguma publicação parecida. É um critério. Tudo que é mais lido, mais curtido e mais assistido, vai entrar em primeira ordem.

Quando a gente pensa que a coisa não tem como piorar, o facebook nos presenteia com isso:
Reaction Buttons do Facebook, os novos botões de reação além do Curtir (Foto: Divulgação/Facebook)
Além dos "likes", suas publicações podem ganhar reações. Quero ver no dia que essa brincadeira tiver 50 emojis à escolha, para criar um aspecto de falsa emoção na sua vida.
Para piorar o seu vício e induzir você a compartilhar compulsoriamente e ver trocentas coisas ao mesmo tempo, o facebook não cansa de fazer apelação. E não se esqueça que sempre haverá um sem noção que colocará um coração na sua foto, ignorando que você é casada(o), afinal, o que vale é mostrar pra todos a importância do seu sentimento.
A jogada foi feita e todos vão reagir com sucesso, vão participar com sucesso, vão usar o recurso e isso vai entupir sua página mais ainda com conteúdos que explodirá sua cabeça, e mesmo assim você vai compartilhar.
Ao fazer isso, você pode criar uma polêmica. Seus amigos vão curtir, comentar, opinar, discordar...
Certa vez eu compartilhei um post do qual, em seguida, um amigo compartilhou do meu feed descrevendo o seguinte sobre mim:
"Quem compartilhou foi uma amiga desesperada na vida por likes, que não tem nada de tão interessante pra fazer e fica postando imbecilidades do tipo".
Eu não respondi e não reagi. Apenas tentei entender porque uma postagem boba, que era para fazer uma crítica a um colega narcisista, havia causado tanto desconforto nele. Nem quero pensar naquele papo de "carapuça". Mas enfim.
Não importa o motivo que você compartilhe, é interessante você compartilhar. Compartilhe, curta e pesquise. Assim, você fará o jogo do facebook e ele buscará maneiras de te deixar preso e você irá contribuir para criar uma teia de informações insignificantes para aumentar o volume mais e mais.

Estranhamente, eu nunca vejo o facebook me trazer artigos para diminuir o seu vício em internet ou algo do gênero.
Mas claro, faz sentido, não?
Afinal, o vício gera lucros desde que a humanidade se conhece por gente e, sinto muito informar, mas isso não irá mudar.
O que eu venho sugerindo desde sempre é que você recobre o controle de sua vida e comece a questionar o seu uso da rede.









quinta-feira, 10 de março de 2016

Qual a coisa mais irrelevante que você vai ver hoje?

É possível que todos sejam capazes de responder essa pergunta quando passam alguns minutos conectados em redes sociais. E você consegue eleger a coisa mais irrelevante do dia?
Estou certa que não, afinal, quase todo conteúdo que você olha na rede não possui qualquer utilidade.
Hoje eu estive perdendo 15 minutinhos do meu precioso tempo, escolhendo algumas imagens que vou postar aqui, e permitir que você desfrute um pouco de ver um monte de besteirol inútil que em nada agrega na sua vida, você sabe disso e ainda sim, compartilha essas coisas por minuto.

Mas antes, eu devo dizer que eu curto algumas dessas páginas e comecei a deixar de seguir quando via que o ADM delas também perdia seu precioso tempo postando bobagens e enchia meu feed com suas mensagens fúteis. Imaginem administrar uma página com 7 milhões de seguidores. Você se disponibiliza a postar besteira todos os dias, mas pelo menos isso pode gerar algum lucro.

Aqui estão algumas coisas retiradas da rede que, francamente, eu olho e me pergunto o que me fazia perder tanto tempo na rede social.


1) Reflexões do entretenimento
Mas olha que espantoso! Ele fala com as pessoas na rua, achei que andasse com a cabeça inclinada pra baixo, olhando seu celular.
Eu lhe garanto, amiguinho, que as pessoas no facebook estão menos preocupadas ainda. Elas vão compartilhar as suas besteiras por comportamento compulsório, já que todos fazem a mesma coisa ali. Ninguém vai refletir, afinal, não foi pra isso que você criou o post, certo? Mas se utiliza de uma situação cotidiana pra fazer as brincadeirinhas.

2) Os donos dos seus sentimentos
Escute bem o que eu vou dizer a você.
Essas pessoas que costumam acreditar que todo ser humano pode ser diminuído por conta de sua vida sexual - que não é problema de ninguém -, normalmente creem também que estão cobertas de razão em suas alegações. Você é um ser humano complexo. Se você transa, você tem sentimento. Se quer compartilhar sobre sentimentos, seja livre, mas lembre-se que na rede, você está dando pérola aos porcos.
Sabemos que essa história idiota está escondida atrás de "é só uma brincadeira", mas não é. Ela tem o fundo de verdade, é cruel, é machista e serve para ferir as mulheres. E tem mulher que se sente realmente ferida com isso. Quem posta esse tipo de imbecilidade, não tem qualquer condição de falar de amor, o ódio lhe cai melhor.

3) Os culturalmente superiores
Sempre quando levanto essa questão, me preparo pra chuva de comentários odiosos que surgem de todo canto, até de pessoas que se dizem intelectuais. Normalmente quem faz esse tipo de "brincadeira" inútil, não consegue se desprender de seu complexo de superioridade cultural. Ele sabe como ninguém o que NÃO É cultura - claro, o que ele acha que não é.
Mas quando você pede pra esse elemento nos banhar com seus conhecimentos sobre cultura e seus aspectos, ele não sabe nem por onde começar a explicar.
Eu sei que todo mundo pode achar que eu to exagerando em ir além com algo que, em teoria deveria ser só uma bobagem postada por uma página fútil. Mas acreditem, ela tem seu fundo de verdade, e, como vemos, 15 mil pessoas gostam de ver esse tipo de depreciação.
Quem quer saber mais sobre cultura, recomendo começar a ler Franz Boas.

4) Se aproveita da irrelevância pra chegar ao fundo do poço
Eu nem ia comentar nada, mas esse aí simplesmente viu que para fazer sucesso, basta entreter as pessoas com bobagens que não servem pra nada e não escrever nada, apenas "pruu pruu".
Eu admito que curto essa página e rio dessas bobagens, e isso me custou outra coisa: ver um monte de bobagens semelhantes que estavam prendendo a minha atenção.

5) Auto ajuda inútil

Até isso está em grande volume no facebook. E agora inventaram as tais "reações", onde podemos ver um emoji de espanto, boquiaberto. É sério que essa besteira causa esse tipo de reação? Eu bato uma aposta que não, mas o facebook vai apostar no exagero para que a futilidade chegue até você e te domine completamente.

6) Otaquinho querido
 Ok, otakus, vocês podem se orgulhar de serem otakus. Mas eu gostaria de lhe convidar a pensar como foi a sua ultima semana. Você aproveitou ela ou ficou lá na rede vendo um monte de inutilidade e agora tem dificuldade de dormir?
Se essa pergunta lhe causou raiva, pense melhor. Talvez exista mesmo um problema.
Essa página chegou no meu feed por meio de alguns amigos que compartilharam ela ou curtiram. Eu não queria ver isso aí e ter me sentido pior. Eu não queria ter um ente querido adolescente que vivesse on line o tempo todo indo dormir tarde.
Por tudo isso, por não escolher o que eu vou ver no facebook, eu prefiro me manter off line, obrigada.

7) Os pica das galáxias sentimentalmente frágeis
Há quem desista de um relacionamento com quem curte essa página, ela serve como uma espécie de repelente. Se é exagero, eu não sei, mas eu sempre espero que esses tipos de homens não se casem e nem tenham filhos.
A página deles é um arquivão de imbecilidade, mas algumas postagens batem recorde em todos os sentidos. Aqui eles chamam de "mito" uma pessoa que enviou uma caixa de cocô para a vloggeira Kéfera. Não sabemos até onde essa história é verdade, se for, só lamento por tamanha infantilidade.
E você abre esse link e lê. Depois volta pra lá e comenta. E assim, seu trabalho vai acumulando e você só ganha uma baita perda de tempo em se orgulhar de sua frágil macheza.

8) Lamento informar, mas é trabalhando sim
Claro que muita gente faz coisa errada pra ganhar dinheiro. Há quem receba herança, ganhe premiações, mas são exceções. Para ganhar dinheiro, você precisa sim trabalhar.
E o facebook está trabalhando para prender a sua atenção prejudicando o seu trabalho. Você olha essa imagem, imagina um monte de bobagens, compartilha e pronto. Participou do comportamento compulsório da rede.

9) A máquina da irrelevância extrema - culto ao lixo
Não. Na verdade eu queria testar se você ficava bravo. Funcionou, bobão.
Agora vamos compartilhar e refletir.

10) Pode ser um fato ou não
Na realidade esse fato não é desconhecido e nem sempre é um fato. Há quem tenha relacionamento bem sucedido justamente por saber se comunicar bem.
Porém, a rede social torna ainda mais difícil a comunicação. Se você não consegue se comunicar, pense no porquê isso acontece. Muitos relacionamentos são prejudicados porque as pessoas não conseguem dizer o que pensam, se estão sofrendo, guardam pra si... Avalie seu relacionamento, mas não perca o seu tempo na rede dando importância para páginas sem qualquer fundamento.

11) Top deprimência
Se eu fosse fazer um top 10 com as páginas mais deprimentes do facebook, essa com certeza estaria na lista. Se nem mesmo quando existe intenção de conter auto-ajuda as pessoas se animam, ao contrário, se prendem mais ali porque aquilo chama a atenção, imaginem só quando a página não traz qualquer relevância e ainda te mostra o estado decadente do ser humano.
Se esse tipo de coisa provoca sensações ruins em você, não veja. Sua vida não vai mudar em nada, mas certamente terá chance de seu dia ser mais prazeroso.

12) Que medo
Mas foda-se que a notícia é inútil e tem chance de ser hoax. Mas foda-se, o importante é ganhar visualizações e likes.
Afinal, nem sempre se pode dizer "foda-se" pra tudo, né?

13) Os espertões que destruirão o pós modernismo
É isso aí. Essa página decidiu ir além da crítica ao pós modernismo, produzindo conteúdos idiotas perdendo o tempo precioso deles caçando as tolices ditas por pós modernos.
E ainda chamam de "gênio" pessoas que criam tirinhas desse tipo. Essa também entraria para a minha listinha de coisas mais deprimentes.
Inclusive, eu mesma já li nessa página os ADM arriscando falar sobre assunto que eles desconhecem, mas apostam no achismo.
Quais as chances de uma pessoa que diz uma frase dessa - ainda que incompleta - se referir a lutas sociais de minorias políticas?
Mas não, ele prefere covardemente associar ao Mein Kampf, se valendo só do título do livro.
E ainda vai um bando de pessoas curtir, também acreditando que estão cobertas de razão.
Na boa, faça isso entrar naquelas coisas irrelevantes. Preserve sua sanidade.

14) Ateus e sua lógica perfeita
Crença não está baseada necessariamente com o que queremos entender sobre nossa realidade física, querida ATEA.
A crença pode ser atribuída à metafísica, ao estudo espiritual e diversas coisas que não comportam a nossa realidade, isso depende.
Sério que essa página vergonhosa até para ateus possuem tanta curtida assim?
É triste ver que temos tantos jovens entediados, incapazes de fazer questionamentos filosóficos, acreditando que estão corretíssimos com suas "não crenças".
Essa é uma das páginas mais inúteis que eu já vi no facebook.

15) Desanimados se identificam
Ok, vou matar um pouco meu tempo e me sentir um pouco pior nesse mundo, lamentando que existam pessoas que preferem ficar conectadas do que sair para jantar de vez em quando.

16) Quando pensamos que parou aí, a "miga" continua
Dispenso explicações.

17) Para finalizar

Eu poderia dobrar a página só postando coisas irrelevantes, é só ficar 10 minutos no facebook que você verá centenas delas.
Essa aqui não dá pra entender se é verdade ou zueira. Prefiro a segunda opção, mesmo porque, não entendo como alguém é capaz de perder seu tempo criando essas imagens sem pensar em faturar algum dindin, mesmo que boa parte das pessoas ali só querem rir deles.
Eu vi 20 amigos meus que curtem essa página. São pessoas inteligentes, com certeza estão ali só pra rir.
Fala sério gente...


Conclusão
Pão e circo também é isso aí. E você levando a sério...

A pessoa que que vai te achar um idiota por questionar as redes




Há pouco tempo trabalhei com um homem alcoólatra que não se importava com isso. Ele dizia que estava feliz desse jeito, porém, a felicidade dele estava deixando sua família deprimida. Ele não fazia mal a ninguém, mas simplesmente não falava com os filhos e nem encostava na esposa. Sua função era trabalhar para não faltar nada em casa, e já bastava. Quando saíamos para Happy Hours, ele sorria timidamente, conversava, mas sempre alguma coisa o puxava para longe. Era como se algo dissesse "hei, você está se divertindo, está indo longe demais, volte para seu mundo". A rotina dele era trabalhar o dia inteiro, a noite beber o quanto podia e só na calada da noite, quando os filhos estavam dormindo, ele retornava para casa. No dia seguinte chegava lá com o rosto visivelmente cansado, maltratado, de quem teve uma péssima noite de sono. Dores de cabeça eram frequentes, assim como as queixas de insônia. Mas ele alegava, com todo louvor do mundo que estava bem, feliz, e que as pessoas que se incomodavam com isso eram grandes idiotas. Sim, é bem verdade que era problema dele. Mas depois que eu saí do trabalho, tive notícias que a família dele tentou ajudá-lo com tratamento psicológico, e ele negou. Até onde eu sei, ele prossegue feliz com sua vida de bebedeira. Eu espera um final feliz para o meu colega, mas infelizmente é tudo que sei sobre ele.
Toda essa história serve para comparar com aqueles que não conseguem enxergar nenhum problema em passar seus dias dedicados a ver coisas irrelevantes na rede social. Essas pessoas são capazes de ver o lado positivo e somente isso - e ai de quem for lá falar o contrário.
No meu facebook, eu conheço pelo menos 8 com esse perfil. Eles passam o dia inteiro conectados e qualquer hora que você chamá-los, eles estarão lá. Um deles é um caso extremo daquele que tenta te convencer que a tecnologia está mais ajudando a enobrecer o ser humano do que roubando a vida dele. E, de fato, a tecnologia é importante para nossas vidas, embora eu tenha minhas críticas e falarei sobre elas nesse blog. O problema é quando o abuso é evidente, quando você não consegue mais desconectar, nem relaxar, nem dormir direito e passa a dar mais importância a ela do que sua vida real. De repente você se desliga completamente de sua existência para ficar em estado semi-criogênico na rede social. Exagero? Não!

Essas pessoas acham normal o caso do meu colega citado no início desse texto? Acham bacana qualquer forma de abuso, vício e fanatismo, seja de álcool e outros tipos de droga (lícitas ou ilícitas), religião, ideologias, jogos? Então, por que essas pessoas não enxergam o mínimo possível de problema no abuso de redes sociais? Ninguém está se posicionando contra as redes, mas sim ao abuso, ao excesso de informações irrelevantes, à perda de tempo.
Imagine quantas pessoas atrasam seus projetos para ficarem conectados e no fim ficam arrependidos, prometendo que no dia seguinte será diferente.
Eu estou aqui dizendo que eu perdi completamente o controle, fui demitida uma vez por culpa do facebook e não bastasse isso, após a demissão, passei parte do meu tempo desempregada, conectada na rede sem enxergar a dimensão do problema que tinha acontecido. Essa sensação de perda de controle não existe só na rede social. Muitos são compulsivos com comida, com drogas, com jogos... Como antes eu já havia citado aqui: quando o excesso começa a te prejudicar e se você enxerga problema, então temos um problema. Não ignore.

Outro dia, esse meu amigo que possui um caso extremo de vício, não reconhece e ainda acha idiota quem faz esses questionamentos, postou a seguinte imagem com essa legenda:
"Eu, saindo de casa para um mundo que não tem internet"
Eu não sei o resto do mundo, mas eu considero triste. Sabemos que se trata de uma brincadeira, mas eu sou um ser humano, peço desculpas se o desconforto emocional que essa imagem seguida da legenda me causa, seja uma grande bobagem para você.
Será que você entende, cidadão irradiado pela luz do celular, que nós precisamos de luz do sol, precisamos de ar puro, precisamos andar, sair, confraternizar? Ou você é daqueles que enxerga um padrão lógico em tudo e se recusa a entender que somos seres emocionais, com dificuldades, que sonhamos, temos sentidos e usamos diversos deles e que a rede social te priva de usar esses sentidos, você só escreve e lê? E claro, sente raiva, porque esse sentimento vai te impulsionar a continuar postando, enfurecido, tudo que pode, discordando de meio mundo, querendo que todos saibam da sua opinião.

Outro dia uma pessoa publicou uma foto com saudosismo da época que brincava de amarelinha na infância e lamentou que as crianças hoje estão viciadas em tecnologia. E, claro, pra variar, os grandes humanos que não enxergam problema na tecnologia, criticaram ela, falando o seguinte: "espero que continue assim. Você tem é inveja que as crianças hoje são mais espertas e têm coisas que você não podia ter na sua infância".
Disse o grande entendedor de educação infantil desse mundo. Acontece que as crianças PRECISAM brincar.
E existem problemas reais em deixar a criança usar livremente tecnologias como o celular. Também existem pessoas na internet caçando crianças e oferecem perigos reais para elas.
Também recomendo o documentário "Criança, a alma do negócio", que mostra que a psicologia do consumo é muito mais cruel para crianças.
Essas pessoas parecem ignorar os problemas sociais para se apegarem aos seus achismos.

Elas exaltam tudo que as redes possuem de bom e são incapazes de enxergar qualquer coisa negativa. Mas o que aconteceria se, de repente o fluxo de informação em excesso começasse a diminuir? Provavelmente seriam as primeiras a ficarem nervosas.

Não escute essas pessoas. Sério. Se você concluiu que as redes não está te fazendo bem, ignore qualquer comentário apelativo desses elementos, que só estão preenchendo uma base de dados com futilidades. Se for um vlogger, desconfie em dobro, pois ele se sustenta às custas de sua audiência e, acredite, você não significa nada para ele senão um número, um volume.

E se você é um desses que só conseguem enxergar o lado bom da rede e vive criticando quem analisa os problemas, eu te convido a repensar um pouco sobre suas crenças.
A internet é um mundo incrível, sem dúvida. Mas o abuso, o excesso nunca é um bom negócio para nossa saúde emocional, e às vezes está lhe fazendo muito mal e você se recusa a perceber.